sábado, 28 de novembro de 2009

Recordar é viver : revista Veja elogia mensaleiro do DEM




Segue parte do texto do site Conversa Afiada publicado em 24/julho/2009 :

" O governador do DF assinou um contrato, através da Secretaria de Educação do DF, de R$ 442 mil com a Editora Abril, sem licitação, para garantir a distribuiçãoda REVISTA VEJA NA SALA DE AULA, nas escolas públicas do DF.

Em troca, pela boa parceria comercial, a Revista VEJA publicou na edição desta semana, nas suas páginas amarelas, uma entrevista mais do que elogiosa ao governador. Isto é que é liberdade de imprensa e expressão? Ainda tem gente que assina acredita na revista… A grande mídia e o meu. "




Está claro no texto a relação dos políticos do bloco direitista PSDB /DEM e a editora Abril. José Serra, presidenciável tucano, também gasta muito dinheiro PÚBLICO fazendo agrados ao seu amigo pessoal Roberto Civita, dono do grupo Abril. O que mais me preocupa é o plano macabro da editora Abril para inserir essa revistinha (VEJA) de péssima qualidade jornalística nas escolas públicas do país. É um plano antigo da máfia dos Civita alienar os estudantes brasileiros.

Matéria do site R7 que mostra o vídeo de Arruda, mensaleiro do DEM, recebendo dinheiro: 

"Imagens foram gravadas no gabinete de ex-secretário exonerado por José Roberto Arruda

Do R7, com Agência Brasi


Um vídeo divulgado neste sábado (28) mostra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) recebendo um maço de dinheiro. As imagens foram gravadas no gabinete do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que foi exonerado do cargo por Arruda na sexta-feira (27)."




Deputado de MT critica colunista da revista Veja

Da Assessoria

O polêmico colunista da revista Veja, Diogo Mainardi, foi alvo de críticas na tarde de ontem (quarta-feira/18) na Câmara, por parte do deputado federal Eliene Lima (PP). Isto porque Mainardi intitulou Cuiabá como escória em seu penúltimo artigo, publicado na edição do dia 7 deste mês.

Em discurso no pequeno expediente, o parlamentar classificou como ofensivas às vezes em que o colunista citou nos artigos a Capital de Mato Grosso. “Por três vezes Diogo Mainardi citou Cuiabá na revista Veja, e por três vezes ele a ofendeu. A meu ver, essa é a uma atitude de quem quer aparecer através de críticas polêmicas”, sintetiza.

No artigo publicado dia 7, com o título ‘Os moluscos do Brasil’, o colunista da revista semanal abordou a visita do antropólogo francês Claude Lévi-Straus à Mato Grosso no século passado, e durante o texto utilizou o termo ‘escória de Cuiabá’. Essa citação, para Eliene Lima, deixa claro que o colunista é preconceituoso quanto à cidade. “Cuiabá pode não ser uma capital populosa como São Paulo ou Rio de Janeiro, ou então pode não ser uma cidade balada pelas celebridades como Florianópolis ou Salvador, mas isso não quer dizer que ela deve ser alvo de ofensas ou de preconceito. Minha impressão é de que esse colunista se encaixa naquele ditado que diz que bicho machucado acata sem titubear, no caso do Mainardi, eu acho que ele é um bicho urbano machucado”, alfineta o parlamentar.

Em 2005, no dia 18 de maio, Diogo Mainardi publicou um artigo ao qual dizia que se alguém o oferecesse R$ 10 mil para dar uma palestra em Cuiabá, ele pagaria R$ 15 mil para não ter que ir à cidade. No artigo, o colunista ainda afirmou que a maior ambição é jamais, em hipótese alguma, colocar os pés em Cuiabá. Uma semana, no dia 25, depois Mainardi fez novo artigo dizendo que se fosse chamado por algum tribunal de Cuiabá a explicar o texto anterior, ele preferiria ir a cadeia do que vir até Cuiabá.

“Não sou contra a opinião dele acerca de Cuiabá. Sou contra ele criticar a cidade sem nunca ter tido o trabalho de tê-la visitado ou conhecê-la”, finaliza.

Fonte : www.odocumento.com.br

STF nega liminar e Veja terá de publicar sentença

Por Alessandro Cristo

O Supremo Tribunal Federal já começa a sentir os efeitos da própria decisão que riscou do mapa a Lei de Imprensa. O acórdão publicado no início do mês, ao extinguir punições específicas para os veículos nos casos de abusos cometidos pela imprensa, acabou interferindo em ações ainda em tramitação, em que os veículos já haviam sido condenados. Como desdobramento, a corte tem recebido ações em que os veículos questionam a obrigatoriedade de publicação de sentenças condenatórias em suas páginas. O motivo é que, como a previsão de publicação de sentenças em caso de condenações só estava expressa na lei declarada inconstitucional, os veículos defendem que o fundamento em que se baseavam as ordens judiciais morreram com ela.
No mesmo dia em que o acórdão do Supremo em relação à Lei de Imprensa foi publicado, o relator do processo que extinguiu a lei, ministro Carlos Britto, concedeu liminar em favor da revista Veja, admitindo, pelo menos em caráter superficial, o argumento de que a Lei de Imprensa levou consigo as obrigações que criou, inclusive a necessidade de publicação, pelos veículos, das decisões que os condenam por danos morais. Nesta sexta-feira (27/11), foi a vez de o ministro Marco Aurélio analisar pedido semelhante, também da Editora Abril, responsável pelas revistas Veja e Exame. Elas foram condenadas a indenizar o diretor da BMW, Marcello Algodoal Prado, por reportagens consideradas ofensivas. O ministro negou a liminar à editora. Marco Aurélio foi o único dos ministros que, no julgamento da ADPF 130, declarou a Lei de Imprensa constitucional.
Ao negar a liminar, Marco Aurélio privilegiou a chamada “coisa julgada”. Ou seja, como o juiz de primeiro grau condenou a editora a publicar sua sentença com base na então vigente Lei de Imprensa, e essa condenação transitou em julgado, a mudança trazida pelo julgamento do Supremo em relação à lei não poderia mudar o que foi determinado. Já a defesa da Veja e Exame argumentou que a execução da sentença é um título executivo judicial. Afastada a lei que deu origem ao direito, o título fica vazio.
Para Marco Aurélio, no entanto, a única forma de esvaziar um título é rescindi-lo, por meio de uma ação rescisória. “A coisa julgada somente se mostra passível de afastamento mediante essa ação de impugnação autônoma”, disse na decisão.
O ministro ainda fundamentou a necessidade de publicação no que explicou o juiz Marcos Alexandre Santos Ambroje, que condenou as revistas. Segundo o julgador ordinário, a necessidade de publicação não se baseou na Lei de Imprensa, mas no direito de resposta, previsto na Constituição Federal. “E é exatamente em decorrência de tal preceito constitucional que vem amparado o título que encerra a obrigação de fazer (‘é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo...’)”, diz a decisão.
No entanto, de acordo com o advogado da revista, Alexandre Fidalgo, do escritório Lourival J. Santos Advogados, a decisão do ministro não significa que ela terá de publicar imediatamente a sentença. Segundo ele, existe outro recurso correndo na segunda instância, um agravo de instrumento, ligado a uma discussão paralela.
Outro fato que pode dar tempo à empresa foi a publicação, também nesta sexta, da Súmula 410 do Superior Tribunal de Justiça. O enunciado prevê que, nos casos de obrigação de fazer, o dispositivo a ser aplicado é o artigo 632 do Código de Processo Civil. Ou seja, a parte precisa ser citada pessoalmente. Como, de acordo com Fidalgo, a Abril ainda não foi citada da decisão em relação ao agravo que corre em segundo grau, isso lhe daria prazo para reclamar da decisão do ministro Marco Aurélio no Plenário do STF antes de ter de publicar a sentença.
Clique aqui para ler a decisão do ministro Marco Aurélio.

Reclamação 9.478

Fonte: www.conjur.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Altamiro Borges: Serra visita o chefão da revista Veja

O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta semana que o governador José Serra, que trava uma guerra fratricida para ser o presidenciável tucano, fez uma visita de cortesia ao amigo Roberto Civita, o chefão da revista Veja. Não há maiores detalhes sobre o encontro, como sempre dos mais sigilosos. Mas dá para se imaginar o que rolou na conversa amistosa... e coisa boa não foi!

Por Altamiro Borges, no Blog do Miro

Talvez o grão-tucano tenha implorado o apoio na batalha sucessória da Editora Abril, a poderosa corporação midiática que edita a Veja — principal palanque da oposição direitista e hidrófoba ao governo Lula. Conhecido por suas táticas sujas e desleais, talvez José Serra também tenha repassado mais algumas intrigas contra seus adversários, seja Dilma Rousseff ou mesmo o tucano Aécio Neves.

Generosa ajuda financeira

Já Roberto Civita talvez tenha aproveitado a cordial visita para agradecer a generosa ajuda que o governo paulista tem dado à sua editora. Nos últimos anos, José Serra assinou vários contratos de compra de publicações do Grupo Abril, a maioria deles sem licitação pública. Num dos mais recentes, os cofres do estado foram saqueados na aquisição de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola, o que injetou R$ 3,7 bilhões nos cofres da famíglia Civita.

Esta generosa ajuda, feita com dinheiro público, está sendo questionada pelo Ministério Público Estadual. Em setembro, ele acolheu representação do deputado Ivan Valente (PSOL) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar as irregularidades nos contratos firmados entre os amigos Serra e Roberto Civita. Segundo levantamento do parlamentar, “cada vez mais, esta editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isto totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.

Relações promíscuas com os tucanos

Além da bondade financeira, o presidenciável tucano está cada vez mais afiado com o discurso neoliberal da famíglia Civita. Para espantar os fantasmas do passado, ele assumiu de vez a sua postura autoritária e elitista – bem ao gosto dos editores golpistas da Veja. Talvez, Serra tente conquistar a simpatia que goza outro serviçal tucano, o ex-presidente FHC. No artigo “O jogo do milhão”, publicado na revista CartaCapital de março de 2002, o jornalista Bob Fernandes, revelou a que nível chega essa promiscuidade. Vale a pena reproduzir um trecho da elucidativa matéria:

Para que se entenda qual é a relação entre poderes constituídos no Brasil, vale uma rápida visita ao gabinete de Civita, no 24º andar do número 7.221, Marginal Pinheiros, São Paulo. O edifício é dos tais inteligentes. Monumental, debruça-se sobre o fétido Rio Pinheiros, uma espécie de divisa entre o primeiro e o quarto mundos: a favela do Jaguaré não muito distante da Abril, a meio caminho da Editora Globo... A mesa de Civita fica diante do aparador. Sobre ele, fotos. A mulher, os filhos, a família. Além dos Civita, mais uma, só mais uma foto. De Fernando Henrique Cardoso.

Por mais de uma vez, a mais de um amigo, Civita explicou: ‘Pensam que a Abril apoia o programa de governo do Fernando Henrique. A questão está mal colocada. Não é a Abril que apoia o programa do Fernando Henrique. É o Fernando Henrique quem apoia o programa de governo da Abril.

Caetano atacou direitismo da Veja; O Globo fez que não ouviu

O Globo escondeu de seus leitores a melhor parte da entrevista que Caetano Veloso concedeu ao jornalista e blogueiro Jorge Bastos Moreno. O depoimento omitido na edição desta quinta-feira (26) do jornal — mas apresentado em áudio na Rádio do Moreno — é uma enfurecida denúncia de Caetano contra a revista Veja.

Por André Cintra

Classificando os articulistas da Veja como “desonestos”, o cantor e compositor baiano citou um caso exemplar da desmoralização pela qual passa a publicação da Editora Abril, da família Civita. O episódio ocorreu em setembro de 2005, quando Veja publicou uma matéria desaforada contra o DJ norte-americano Moby. “Ele diz tanta besteira que até parece o brasileiro José Miguel Wisnik — aquele sujeito que acredita que o termo ‘Big Bang’ é uma apropriação anglo-saxã da origem do universo”, escreveu Sérgio Martins na revista.

Wisnik, no entanto, jamais teceu qualquer comentário do gênero sobre a expressão “Big Bang”. A tal “apropriação” a que Veja se refere foi feita, na realidade, por Caetano, que escreveu para a revista e corrigiu as informações. Além de a carta nunca ter sido publicada, Veja voltou a atribuir a “apropriação” a Wisnik mais duas vezes. “Nunca mudaram, são desonestos. Eu não falo com eles. Outras coisas houve antes, mas essa é inacreditavelmente canalha”, resume Caetano, na entrevista.

O cantor também faz um alerta sobre “toda essa crítica à esquerda, ao governo Lula, tudo aquilo que você vê na Veja”. Segundo Caetano, “a classe média instruída brasileira não lê direito a Veja, não acredita tanto. Mas a medianamente instruída se pauta muito por uma possível honestidade jornalística daquele veículo. Esse gente precisa ser avisada de que não há, nem de longe, sombra de honestidade naquilo”.

Confira abaixo o trecho omitido da entrevista de Caetano.

Jorge Bastos Moreno – Você tem muita inimizade dentro da música?
Caetano Veloso – Não tenho. Mesmo o Geraldo Vandré — que foi a única briga que eu tive propriamente dessa maneira, naquela altura... Quando eu estava já exilado em Londres, ele foi me visitar. Choramos juntos, estava nevando, conversamos um bocado. Depois que ele voltou pro Brasil, já estive com ele algumas vezes. Mas já faz algum tempo que ele se afastou.

JBM – O Fagner, você não dá muita atenção às criticas dele?
CV – O Fagner, eu reagi numa outra (ocasião)... Mas de vez em quando eu encontro ele. Toda vez que eu encontro com ele, a gente conversa, ri, brinca. Mas curiosamente ele é sempre convidado por órgãos da imprensa... Quando eles querem brigar comigo, chamam o Fagner, entendeu?

A Veja, uma vez, botou o Fagner nas “Páginas Amarelas”. Porque a Veja tinha sido violentamente desonesta comigo e com o José Miguel Wisnik, fez coisa assim, de uma calhordice explícita, entendeu?

JBM – Qual era o episódio mesmo?
CV – O episódio é tremendo, é comprido de contar. É muita coisa ruim, insistentemente, cinicamente, acintosamente desonesta e ruim, feita abertamente. É o seguinte... Um dia, eu abri a Veja, estava escrito assim: Moby (sabe aquele músico eletrônico americano?) é quase tão chato quanto Wisnik. Mas eu pensei: o que será que tem Moby a ver com Wisnik?

Aí, no texto, assinado por Sérgio Martins — um daqueles idiotas que escrevem na Veja —, dizia assim: “Moby sai pelo mundo pedindo desculpas porque, como americano, ele tem como presidente George W. Bush”. O Moby fazia isso no show dele. Aliás, eu acho que fez muito bem em fazer. Se eu fosse americano, eu faria a mesma coisa, porque Bush era horrível mesmo. Então ele (Moby) era americano, tinha direito de fazer.

Então o sujeito diz assim: “Ele disse isso inclusive na Venezuela”. O Hugo Chávez ainda não havia tomado nenhuma decisão muito nitidamente antidemocrática — como de uma certa forma foi tomando, pouco a pouco, ou tenta tomar. De todo modo, era um presidente eleito, tinha passado por um plebiscito, em que ele tinha ganho. Enfim, não dava para dizer que o Moby não podia dizer que era contra Bush na Venezuela porque Hugo Chávez era pior.

Mas, por mim, problema do direitismo grosseiro da Veja, que o articulista de música popular quer agradar. É da linha editorial, mas o cara tem que agradar os superiores. Era isso, uma coisa assim. Mas tudo bem. Por mim, eu não tenho nada com isso. Não sou nem de esquerda para ter raiva disso, só por isso. Acho errado, mas tudo bem. Pobre, malfeito, desonesto, mas problema deles.

Mas fiquei me perguntando: o que que o Zé Miguel Wisnik tem a ver com isso? Aí eles seguiam o negócio e diziam assim: “Pior do que isso só o José Miguel Wisnik, que disse que o 'Big Bang' era uma expressão da língua inglesa — e que, por isso, mostra a dominação da língua inglesa, não sei o quê...”.

Bom, esse pensamento sobre o “Big Bang” era meu, assinado, entende? Está no encarte do disco A Foreign Sound — você pode ir lá na loja e ler. Eu escrevi em inglês, aliás — depois eu mesmo traduzi para o português. Mas o texto original foi feito em inglês e nasceu do seguinte: eu li uma declaração do cientista (Fred Hoyle), em inglês, que criou o termo “Big Bang” para a teoria.

Outros cientistas tinham bolado vários nomes técnicos, complicados, e ele falou: “Não, tem que se chamar ‘Big Bang’, porque vai tomar conta da mente de todo mundo. É uma expressão bem inglesa, curta, sintética, vai se popularizar”. E ele se orgulhava disso — eu li a entrevista dele, entendeu?

Aos 80 anos, esse cientista inglês, já não concordava com a teoria do “Big Bang”. Ele morreu contra, dizendo que a teoria estava errada. Cientificamente, ele não aprovava mais a teoria do “Big Bang” — mas se orgulhava, dizia ele, de ter cunhado o termo que fez tanto sucesso.

Então eu, comentando isso — porque eu fiz um disco com canções inglesas —, disse assim: “A língua inglesa está em toda parte. Não apenas nos filmes de ficção científica. Nas galáxias mais distantes, os seres mais esquisitos falam inglês, como até o nascimento do universo ficou ligado a uma expressão de língua inglesa, da qual o cientista se orgulha tanto”. Na verdade, ele não resistiu, porque “Big Bang” é muito parecido com “big mac”. É tão cultura pop americana que pegou — e ele se orgulha. Isso é para a gente ver a onipresença da língua inglesa, entendeu?

Bom, eu e o Zé Miguel fomos convidados pelo grupo Corpo para fazer a música. E fizemos um negócio chamado Onqotô — que é “onde que eu estou?”, em “mineirês”, e que era como se fosse uma pergunta a respeito de nossa situação diante do universo. Toda a temática do negócio era esse. Então eu e ele, dando entrevista, mencionamos essa coisa que eu já tinha escrito a respeito do “Big Bang”, entendeu?

Aí o cara da Veja botou como se fosse uma ideia do Zé Miguel “ridícula” e “pior do que o Moby ter dito que o Bush era uma vergonha”. Eu achei uma coisa um pouco forçada. De onde saiu isso? Aí perguntei ao Zé Miguel: “Por que isso?”. E o Zé Miguel: “Não sei, porque outro dia já saiu um negócio na Veja...”.

Aí foram me mostrar um negócio contra o Zé Miguel, contra o livro do Zé Miguel, um livro que o Zé Miguel tinha escrito. Um livro, aliás, muito bom, que tinha um negócio sobre Machado de Assis que era lindo e que eles esculhambaram na Veja — principalmente aqueles “intelectuais” que escrevem na Veja. Jerônimo Teixeira, não sei, odeia Zé Miguel — acha que tem que combater qualquer pessoal da USP ligado à esquerda. Eu não sei que porcaria é.

Aí eu peguei, como eu vi tudo isso, e escrevi uma carta pequena para a Veja, dizendo: “O texto sobre o ‘Big Bang’ é meu, está na contracapa do disco. O Hugo Chávez não é um ditador, o Zé Miguel...”. Uma coisa curta assim, mas bem...

JBM – Bem incisiva?
CV – Bem incisiva. E mandei. A Veja não publicou a minha carta.

JBM – Que coisa...
CV – Não publicou a minha carta... E eles repetiram, porque eles botaram naquele “Veja essa” (seção de frases da Veja), botaram a frase e botaram embaixo “José Miguel Wisnik, a frase mais ridícula desde a explosão do Big Bang”, um negócio assim.

JBM – Que coisa...

CV – Eles repetiram isso três vezes, mesmo eu mandando a carta. Eu botei no Blog do Noblat — eu mandei a carta que eu tinha escrito e um comentário contando tudo isso e dizendo como era absurdo. Eles mantiveram, repetiram três vezes. Quando foi o número anual do Ano-Novo, aquele número dourado, aquele negócio cafona que eles fazem, aí repetiram outra vez — “José Miguel Wisnik...”.

Nunca mudaram, são desonestos. Eu não falo com eles. Outras coisas houve antes, mas essa é inacreditavelmente canalha. Eu faço questão... Aí eu fico exaltado, entendeu? Num caso desse, eu fico exaltado.

JBM – Claro, com toda razão.

CV – E tenho desejo de ficar exaltado, porque é abominável, entendeu? É preciso que se saiba que é abominável, que há muita desonestidade ali. Por exemplo: toda essa crítica à esquerda, ao governo Lula, tudo aquilo que você vê na Veja, para mim desmorona.

A classe média instruída brasileira não lê direito a Veja, não acredita tanto. Mas a medianamente instruída se pauta muito por uma possível honestidade jornalística daquele veículo. Esse gente precisa ser avisada de que não há, nem de longe, sombra de honestidade naquilo. Porque eu sei! Eu vivi isso que eu estou contando e sei o grau de desonestidade que passa por ali e que domina ali.

Texto retirado do portal Vermelho.ORG